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Você examina as Escrituras?



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Você já deve ter percebido o folclore que muitas igrejas evangélicas vivem hoje no Brasil: unção de objetos, campanhas de curas milagrosas, oração por prosperidade, quebra de maldição, visões de anjos, profecias, revelações, regressão, shows, paredes pretas, profetas, apóstolos, bispos, pastores CEOs, pastoras.

 

Tudo isso me faz lembrar do contexto da Reforma Protestante. Essa semana celebramos a Reforma. Em 31 de outubro de 1517, o padre agostiniano alemão Martinho Lutero afixou as 95 teses na porta da catedral de Wittemberg, na Alemanha, deflagrando assim, o movimento que ficou conhecido como Reforma Protestante.

 

Antes de tudo, a Reforma foi um movimento de retorno às Escrituras. A Igreja Católica, a partir de Constantino, e por toda a Idade Média, afastou o cristianismo das Escrituras. No séc. XVI, chegou-se ao ponto de que a prática da Simonia (venda de relíquias sagradas) era comum, inclusive a venda de perdão e terrenos no céu, coisa para dar inveja a muitas igrejas neopentecostais de hoje!

 

Foi nesse contexto que os reformadores bradaram “Sola Scriptura”; ou seja, somente a Escritura é a autoridade máxima para estabelecer a verdade em assuntos de fé e prática.

 

Este princípio magno da Reforma me faz lembrar de uma outra ocasião, ainda anterior à Reforma. O ano era 50 d.C. Paulo estava em sua segunda viagem missionária. Na ocasião, passou por Tessalônica e Beréia (At 17). Nas duas cidades, Lucas relata que a equipe missionária examinou com o povo da cidade as Escrituras (At 17.2,11). No caso de Bereia, Lucas afirma que estes “foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17.11).

 

Veja, eles “examinaram a cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”. Estas coisas o que? A mensagem de Paulo era que Jesus é o Cristo, e que era necessário que Ele morresse e ressuscitasse (At 17.3).

 

Perceba, eles examinaram as Escrituras para averiguar se a mensagem pregada por Paulo era de fato verdadeira.

 

É curioso que muitos hoje chamam essa atitude de estudo das Escrituras de falta de fé, de frieza espiritual. Porém, Lucas, ao narrar a respeito da atitude dos Bereanos, a chamou de “nobreza”.

 

Foi essa mesma atitude nobre que norteou a Reforma Protestante. Penso que é essa mesma atitude nobre que precisamos em meio ao caos evangélico que vivemos em nossos dias.

 

Criticamos acertadamente os católicos por acreditar cegamente que a Igreja é a autoridade máxima e, por isso, não examinam as Escrituras. Todavia, sofremos do mesmo mal. Os pentecostais e neopentecostais são afeitos ao misticismo experencialista e, por isso, desencorajam o estudo das Escrituras. As denominações evangélicas históricas sofrem a tentação de ser conservadoras em seus estatutos, confissões e costumes, mas isso em detrimento do exame das Escrituras.

 

Quantos de nós examinamos as Escrituras para averiguar o que Deus realmente diz a respeito de casamento, de criação de filhos, de pastoras, de visões/revelações, de curas/milagres, de divórcio/recasamento, etc?

 

Claro, todas as igrejas evangélicas têm o discurso de que estão fundamentadas nas Escrituras. Porém, quando examinamos de fato as Escrituras, percebemos que ao pecado de muitas dessas igrejas soma-se o da distorção da Palavra de Deus. A verdade é que não estão nenhum pouco interessadas nas Escrituras. Usam versículos isolados, fora de seu contexto, para abalizar (quando acham que precisam!) suas doutrinas que se originam no apego apaixonado pelos valores de uma cultura que rejeita o Deus das Escrituras.

 

Diante disso, quero encorajá-lo a procurar uma Igreja que esteja mais próximo das Escrituras, e não a que está mais próxima da sua casa. A Igreja mais próxima das Escrituras não é aquela que simplesmente diz que é bíblica, mas é aquela cujo pregação/ensino, liderança, ordenanças, disciplina, culto, se dão de acordo com a Palavra de Deus.

 

E você que já se encontra em uma igreja assim, celebre isso! Em nossos dias, infelizmente elas são raras! Celebre aproveitando cada oportunidade que lhe é proposta, seja nos cultos públicos, nos pequenos grupos, ou nos aconselhamentos individuais. Conduza a sua família em seu ambiente privado a revisitar os sermões. Examine e aplique o que foi ensinado no culto público em suas reuniões familiares. Cresça no exame das Escrituras e seja cada vez mais transformado pelo conhecimento do Nosso Rei e Salvador Jesus Cristo.


pr. Nelson Galvão

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