No próximo domingo começaremos a exposição do Evangelho de Marcos nos cultos da noite.
Ao ler o Evangelho de Marcos nos causa curiosidade o fato de que Jesus, em todo o Seu ministério na Terra, escolheu um título que costumeiramente usava para se referir a si mesmo: “Filho do Homem”. Essa designação foi utilizada 13 vezes no Evangelho de Marcos e ao todo, somam 65 vezes nos Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos, Lucas). Assim, nos vem a pergunta: por que este título foi o modo favorito de Jesus para referir-se a si mesmo?
Normalmente afirma-se que essa era a forma de mostrar a humanidade de Jesus, em contraponto à sua divindade, que era expressa pelo título “Filho de Deus”.
Será que era é isso mesmo? Vejamos. A figura do Filho do Homem era muito popular nos dias de Jesus, desde os tempos do Antigo Testamento. Em Dn 7: 13,14 lemos:
Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem: e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele.
E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem: o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino o único que não será destruído.
A partir desse texto, os antigos judeus, devido à variadas interpretações, esperavam um Messias como o rei davídico (os Macabeus), ou o profeta/sacerdote (a comunidade de Quram), ou o Messias libertador (os Zelotes), ou até mesmo o Messias da Lei (os Farizeus).
Entretanto, a partir da interpretação correta de Dn 7, ao compará-lo com o todo da profecia do Antigo Testamento, nos deparamos com algo muito mais além do que os antigos judeus estavam imaginando: O Filho do Homem seria aquele que é o próprio Deus se fazendo homem para redimir a mim e a você.
Daniel 7 nos mostra que o Filho do Homem é aquele ser celestial preexistente que desce à terra com o glorioso Reino de Deus.
É a esse texto que Jesus se identifica em sua resposta ao Sumo sacerdote quando este lhe pergunta se Ele era o Cristo, o Filho do Deus bendito. Ao que Jesus respondeu: “Eu sou. E vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso, vindo com as nuvens do céu.”(Mc 4.62).
Esse ser celestial preexistente tem autoridade para perdoar pecados (Mc 2:10) e é até mesmo o Senhor do Sábado (Mc 2:28). Além disso, esse Filho do Homem deveria sofrer e dar a sua vida (Mc 8.31); ser entregue nas mãos dos homens (Mc 9.31); ser condenado à morte e ressurgir (Mc 10.34).
Bem, esse mesmo Filho do Homem, segundo o próprio, além de ter toda a autoridade nos céus e na Terra, e sofrer toda sorte de dores, virá novamente com os santos e anjos (Mc 8.38) para buscar a Sua igreja.
A tendência atual é conceber Jesus como um bom homem, cujo exemplo deve ser seguido, ou um mestre extraordinário, cujas palavras servem como ensinamento. Todavia, as Escrituras nos mostram que Jesus é o próprio Deus se fazendo homem. Trata-se de Deus amando a mim e a você de uma forma tão intensa que é capaz de deixar o céu, se fazer uma pessoa desconhecida, pobre, em um país periférico e subjugado, padecer fome, injustiças, injúrias, calúnias, desprezo, enfim a mais cruel tortura que alguém pode suportar. Tudo isso para que o nosso relacionamento com o Pai fosse refeito.
Diante do Filho do Homem não dá para ficar sem resposta. Não é possível estar diante dEle sem que lhe ofereçamos uma resposta a todo o significado de Sua Pessoa. Ficar sem dar uma resposta já é uma atitude responsiva. Dessa forma, gostaria de incentivá-lo a se entregar em adoração a Ele que sendo Deus, se fez homem para nos salvar.
Prepare-se! Reúna sua família e amigos! Vamos juntos crescer no conhecimento do Nosso Senhor por meio da exposição do Evangelho de Marcos.
Pr. Nelson Galvão
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