O que é o Evangelho?
- indaiatubapibi
- 15 de out. de 2024
- 4 min de leitura

Confira também em áudio:
O que é o Evangelho? Tenho feito essa pergunta em diversas igrejas evangélicas, na classe de novos membros de nossa igreja, em grupos de discipulado, ou em conversas pessoais. Sabe o que tenho constatado tristemente? Mesmo evangélicos que estão na igreja há um longo tempo não conseguem respondê-la de acordo com as Escrituras! E não me refiro a uma resposta teologicamente formal, mas uma resposta que demonstre, minimamente, a compreensão da natureza do assunto.
Bem, nós pastores precisamos colocar o dedo na ferida e encarar o fato de que isso é o resultado de um longo processo de abandono das Escrituras, por parte dos púlpitos, em detrimento do humanismo da psicologia e do pragmatismo.
Todavia, na verdade, esse abandono atual ao verdadeiro Evangelho não é novo. Ele se deu desde o tempo da Igreja primitiva. Aliás, o Novo Testamento foi escrito, em grande parte, com vistas a combater o falso evangelho que ameaçava a Igreja.
Que falso evangelho era esse? Primeiro vamos nos lembrar do verdadeiro (nunca é demais!!!). A palavra “Evangelho” significa “Boas Novas”. Qual é o contexto dessas Boas Novas? É a nossa condição. Por causa da nossa rebeldia contra o Bom Deus, nos separamos dEle, nos tornamos escravos do mundo, do diabo e de nossas paixões. Por fim, estamos condenados à perdição eterna e nada que façamos pode mudar isso.
É nesse contexto que Deus enviou o “Evangelho”. O Evangelho são as Boas Novas de que Jesus Cristo é Deus que se fez homem, morreu em nosso lugar, para pagar assim a nossa dívida. Mas não apenas morreu, Ele ressuscitou, reina soberano sobre todos e em breve virá buscar o Seu povo, punir os que o rejeitam e restaurar toda a criação.
Quem é o povo de Jesus que Ele virá buscar? São aqueles que creem unicamente nEle para o perdão dos pecados. Estes são salvos da ira de Deus, são feitos filhos de Deus, são libertos do poder do mundo, do diabo e da carne e, por fim, habitarão com Ele por toda a eternidade.
Veja que o Evangelho afirma que somente pela fé em Cristo é que temos os pecados perdoados e a salvação.
É aí que entra o falso evangelho. O falso evangelho pode até afirmar que devemos crer em Jesus. Porém, ele diz que isso não é suficiente.
Em Atos 13 e 14 Paulo e Barnabé visitaram a região da Galácia por ocasião de sua primeira viagem missionária, por volta do ano 48-49 d.C. Ali, com a conversão de muitos gentios, plantaram igrejas.
Um ano depois, provavelmente estando em Antioquia, Paulo percebeu a necessidade de escrever às igrejas da região da Galácia. Essa então seria a 1ª carta do apóstolo Paulo.
Por que o apóstolo se dispôs a escrever essa carta? Qual era o problema envolvido? A questão era a controvérsia legalista que iria dar ocasião ao Concílio de Jerusalém, em Atos 15. De que se tratou essa controvérsia? Com a plantação das igrejas no sul da Galácia, muitos gentios vieram à fé em Cristo. A questão que se levantou a partir disso foi: a justificação se dá exclusivamente pela fé, ou seria necessário, além da fé, observar a circuncisão, guardar o sábado, etc?
Aqueles que acreditavam que a fé em Cristo não é suficiente para a salvação ficaram conhecidos como “judaizantes”.
Paulo, então, se convenceu de que a influência dos judaizantes nas igrejas da Galácia minava o Evangelho que havia sido pregado por ele e Barnabé a poucos anos antes. Isso porque os judaizantes pregavam o falso evangelho; ou seja, a crença de que a fé em Cristo não é suficiente, é preciso praticar as boas obras para a salvação.
É isso que Paulo chamou de “outro Evangelho” (Gl 1.6) e perversão do Evangelho de Cristo (Gl 1.7). Os gálatas estavam sofrendo a tentação de abandonar o verdadeiro Evangelho pelo falso evangelho, e é por isso que Paulo os chamou de “insensatos” (Gl 3.1).
Será que sofremos hoje a mesma tentação dos gálatas? Será que também estamos em um caminho de insensatez? Parece que sim! Fomos resgatados do império das trevas unicamente por meio da fé em Cristo, fomos perdoados unicamente pela fé em Cristo, fomos recebidos na família de Deus unicamente pela fé em Cristo. E tristemente muitos hoje têm se deixado levar pelo discurso do esforço próprio para agradar a Deus.
Muitos têm abraçado um falso evangelho que fala de Jesus, mas nega a suficiência dEle. São aqueles que têm a fé no esforço próprio, por meio da observância de inúmeras regras. Os católicos ensinam que devemos praticar as boas obras para sermos salvos; os adventistas ensinam que devemos guardar o sábado; a Congregação Cristã do Brasil oprime as pessoas com várias regras; os espíritas ensinam que sem caridade não há salvação; inúmeras igrejas evangélicas têm ensinado que não basta somente crer, é preciso praticar as boas obras para a salvação.
É por isso que estou convencido de que a necessidade de ensinar à Igreja a carta de Paulo aos Gálatas continua urgente. Por isso, quero convidá-lo a se juntar à nossa igreja e juntos sermos impactados e transformados pelo glorioso Evangelho do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
pr. Nelson Galvão
Comments