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Jesus era de esquerda?

  • indaiatubapibi
  • 22 de out. de 2024
  • 4 min de leitura

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Durante o Renascimento, as representações artísticas de Jesus ganharam contornos curiosos. Os artistas do séc. XV e XVI, como Leonardo DaVinci, descreveram Jesus com características físicas do europeu: branco, cabelos castanhos claros e olhos azuis.

 

É óbvio que isso não condiz com a realidade e a historiografia há muito tempo denomina essas expressões artísticas de “eurocentrismo”; ou seja, a retratação de um personagem histórico, a partir de uma cosmovisão de quem a retrata (no caso o europeu), mas que nada tem a ver com a realidade.

 

Bem, é exatamente isso que a Esquerda tem tentado fazer, o que poderíamos denominar de “esquerdocentrismo”.

 

Esse esforço da Esquerda pode ser visto mais recentemente na afirmação do Presidente. De acordo com o que foi noticiado pela CNN[1], durante um comício em Camaçari, (BA), o presidente Lula (PT) afirmou que ninguém foi mais de esquerda do que Jesus Cristo.

 

Pelo seu ridículo, a afirmação não mereceria atenção, ainda que dita por um presidente. É ridícula porque é anacrônica, uma vez que Direita e Esquerda vão nascer somente no séc. XVIII da era cristã, com a Revolução Francesa.

 

Todavia, penso que a afirmação faz parte de uma doutrinação cultural que é hegemônica nas escolas e universidades púbicas, o “esquerdocentrismo”.

 

Essa doutrinação tem como matiz primordial o materialismo dialético, que nega a existência de Deus e reduz a religião ao status de ópio do povo. Entretanto, como estratégia de “dominação” (expressão importante para eles) de corações e mentes, em um certo estágio da implementação de sua ideologia em dada sociedade, é importante para a Esquerda fazer uma releitura de personagens históricos, em que se desconsidera o rigor metodológico historiográfico, e impõe a eles uma forma de pensar.

 

É dessa forma que Jesus é concebido como gay pelo movimento LGBTQIA+, negro pelo movimento “vidas negras importam”, ou de Esquerda pela Esquerda globalista.

 

Nosso espaço aqui é limitado para fazermos um contraponto teológico a tal ideologia. Vou deixar para teólogos sérios que já têm feito isso.

 

Penso que aqui valeria a pena apenas nos lembrar dos princípios da Esquerda e confrontá-los com o Jesus das Escrituras, ainda que minimamente.

 

De acordo com o Manifesto Comunista[2], que é a obra magna da Esquerda no mundo, seus princípios são:

 

1.   Expropriação da propriedade latifundiária e emprego da renda da terra em proveito do Estado.

2.   Imposto fortemente progressivo.

3.   Abolição do direito de herança.

4.   Confisco da propriedade de todos os emigrados e sediciosos.

5.   Centralização do crédito nas mãos do Estado por meio de um banco nacional com capital do Estado e com o monopólio exclusivo.

6. Centralização, nas mãos do Estado, de todos os meios de transporte.

7. Multiplicação das fábricas e dos instrumentos de produção pertencentes ao Estado, arroteamento das terras incultas e melhoramento das terras cultivadas, segundo um plano geral.

8. Trabalho obrigatório para todos, organização de exércitos industriais, particularmente para a agricultura.

9. Combinação do trabalho agrícola e industrial, medidas tendentes a fazer desaparecer gradualmente a distinção entre a cidade e o campo;

10. Educação pública, estatal e gratuita de todas as crianças.

 

 

Perceba que o decálogo esquerdista tem como princípio magno o Estado como controlador de tudo. Ou seja, o que realmente importa para a Esquerda não é a luta de classes, mas o poder concentrado nas mãos do Estado. Obviamente, esse poder deve ser tomado pelo proletariado (curiosa é a constatação da história que logo que o proletariado toma o poder, se torna em uma nova elite dominante, pouco afeita aos pobres).

 

Diante disso, nos voltemos para Jesus. Ele se importava com os pobres? Claro que sim. Todavia, muito além disso. Vamos nos deter aqui somente no Evangelho de Mateus, para não nos alongarmos. Vejamos:

 

·       Ele não tomou o poder por meio de uma revolução, como o fizeram Fidel Castro e Che Guevara em Cuba; ao contrário, Ele abdicou do poder (Mt 26.53).

·       Ele não incitou o povo às armas como fez Karl Marx, ou assassinou milhares de pessoas como o fizeram Lenin, Stalin, ou Mao Tsé-Tung; ao contrário, Ele ensinou o amor aos inimigos (Mt 5.44,45).

·       Ele não ficou rico às custas dos impostos do povo, como fica a classe proletária quando ascende ao poder; ao contrário, Ele se fez pobre (Mt 8.20).

·       Ele não impôs a ninguém a expropriação da propriedade privada, como faz o Estado totalitário, ou querem os Movimentos Sem Terra; ao contrário, Ele ensinou que nosso amor é devido somente a Deus, e não às riquezas (Mt 6.24).

·       Ele não deu ao Estado o papel de controlador de tudo; ao contrário, Ele limitou claramente o papel do Estado (Mt 22.21).

·       Ele não foi leviano ao ponto de conceber a luta de classes como o propulsor de todas as mazelas humanas; ao contrário, Ele identificou o coração como a fonte da maldade (Mt 15.19).

·       Ele jamais quis que o Estado fosse o tutor da educação das crianças para doutriná-las de acordo com sua ideologia nefasta; ao contrário, Ele quis que as crianças fossem ensinadas a respeito dEle (Mt 19.14).

·       Ele não amou os pobres e odiou os ricos; ao contrário, Ele veio para salvar todos os pecadores, sejam pobres, ou ricos (Mt 9.13).

·       Por fim, Ele não foi um líder ideológico; Ele foi Deus que se fez homem para morrer pelos nossos pecados e, através de Sua ressurreição, nos dar vida (Mt 16.21).

 

 

Jesus de Esquerda? Claro que não! Meu querido, diante disso, minha oração é que você se afaste cada vez mais da ilusão da ideologia do “esquerdocentrismo”, sendo resgatado pelo verdadeiro Jesus Cristo, conforme descrito nas Escrituras.


pr. Nelson Galvão


Referências

[2] Marx, Karl. Obras de Karl Marx (Locais do Kindle 476-499). Centaur. Edição do Kindle.

 

 
 
 
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